quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Quisera abrir meu peito...


Entre tantos, como um bar que já vi por aí, ainda vivo por buscar o motivo, aliás, um motivo. Entre tantos, mais uma vez, volto a afirmar que essa busca é necessária e por isso vivo por ela. Sem que esse se faça cansativo e repetitivo, torno a dizer e ainda a acrescentar, que já que a busca é de extrema importância, a farei  e forma divertida. Enquanto penso nisso, enquanto tento eu, reles mortal, colocar a minha angustiante busca no papel, devo admitir que prefiro deixar isso de lado neste momento. De lado agora, de escanteio somente por este instante, porque acabei de ter um vislumbre! Tamanha a magnitude do mesmo que até perdi o que dizia e nem ouso retomar as linhas anteriores, nem ouso pensar já que acabei por emergir em tamanho brilho estonteante e... Sobre o que dizíamos mesmo?
Ah sim! Sobre o instante que deixei. Diga-me você que me acompanha, se não deixaria também por vários instantes toda aquela baboseira de não sei o quê, busca de não sei o que lá, escavação do interior contrastado com a angústia de não se saber o que é, por uma pela e arredondada imagem cândida? Despojada, ainda por cima! Portadora das curvas inimagináveis da pobre mente humana, está aqui, a acenar pra mim. Sinto como se fossemos antigos amigos. Amigos de grande intimidade. É tão branca quanto... Quanto leite! Isso, leite. Falando em leite, há tempos não tomo um, então aguarde uns instantes enquanto recupero o “tempos” e tomo um leite.
Como continuar agora? Diga-me aí, como continuo se ela me deixa pasmo, embasbacado, chocado e todos aqueles restos de adjetivos que enchemos a boca pra dizer. Como continuo? Ela continua aqui, olhando pra mim. Acho que o que me resta é deixar toda essa baboseira de lado, de explicar o que não tem explicação, de entender o blá blá blá, ver o abismo irrevogável do sentimentalismo humano, recheado com um pouco de superego, e ir ali, me sentar na varanda enquanto ela brilha pra mim. Isso aí, continuarei a observá-la e, bem, depois retomamos isso, sim? Tenho uma cheia para suspirar. Digo, tenho uma lua para observar. E vou-me logo, antes que uma nuvem tome-a de mim! Ou que o sol, esse invejoso ser redondo e brilhante,  apareça! 

Obs: O título é de uma música de Chico Buarque, não sendo, assim, de autoria própria.

Um comentário:

  1. Bela confusão. Ouso dizer que até a confusão quando é demonstrada com belas palavras - por você - fica com um ar gracioso. O ar que me cativa. Mesmo isso não sendo tão bom assim, pra você.

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