segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Bebi

Bebi a sua ausência. Desceu rasgando, gosto amargo. Gosto do amargo. Bebi você e a sua falta causada.
Acabou.
O copo esvaziou.
A última gota não caiu, resquício de você.
Há dias, beber não tem sido tão bom. Desce como a água que flui pela torneira.
Sua gota evaporou.
Não acho mais a ondulação nos teus olhos. Não bebo mais desse brilho que tremula entre a criação de uma ilusão e a decepção dela, seguindo de outra criação e outra decepção, criação, decepção, criação, decepção...
Nem amargo me restou.
Garganta seca, trancada.
Acaba ausência, acaba. Vem umidecer meus lábios - que sangram de rachados - com o doce do teu riso, vem. Acaba, ausência. Acaba.

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